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Ainda sou eu: o papel da psicoterapia na transformação das pessoas

  • Foto do escritor: Alexsandra Maffei
    Alexsandra Maffei
  • 4 de mai.
  • 2 min de leitura

Na Páscoa, partilhei um post no Instagram onde abordei a questão da ressurreição, embora de forma simples.

Neste breve texto, quero explorar duas palavras que, à primeira vista, podem parecer sinónimas. Inspiro-me nas primeiras páginas do livro Vidas Líquidas, de Zygmunt Bauman, bem como na minha prática clínica.

Quando alguém procura um/a psicólogo/a, deseja ressuscitar ou renascer? Há quem não procure nem uma coisa nem outra — mas este texto não trata de outros propósitos além destes dois.

Renascer significa nascer de novo — quem nasce de novo apaga a existência anterior, faz um "reset". Segundo Bauman, deixamos de ser quem somos, para passar a ser quem não somos.

Mas será que a psicoterapia dá resposta a este propósito? Será possível alguém entrar num consultório e, após vários mergulhos no seu eu, deixar de o ser?Qual é, afinal, o propósito de alguém deixar de ser quem é, para se tornar quem não é?

Não pretendo oferecer respostas a estas perguntas — quero, sim, provocar reflexão.


Ressuscitar, por sua vez, sucede à morte: o sujeito volta à vida — volta a ser. Na psicoterapia lidamos com muitas “mortes”: perdas, danos e traumas que exigem da pessoa vivências de lutos, reparações e reconstruções.

Em alguns casos, já não há espaço para reparações, reconexões, reconciliações ou reinvenções. É necessário lidar com o(s) fim(ns) — de relações, de ideias, de convicções.A morte como símbolo do fim; a ressurreição como metáfora de: ainda sou eu, mas já não sou o/a mesmo/a.

Poderá o/a psicólogo/a fazer parte de alguns destes processos? Quando alguém procura psicoterapia, quer nascer de novo ou manter a sua identidade, ainda que com novas formas de ser e estar?

Este texto levanta mais perguntas do que fornece respostas.Porque cada pessoa é única na sua reflexão e no seu processo — é capaz de refletir e encontrar as suas respostas. Não cabe ao psicólogo.

Se quiseres, deixa a tua opinião nos comentários ou envia-me uma mensagem privada. Terei todo o gosto em refletir contigo.



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