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A árvore
A árvore representa a totalidade psíquica, a forma como o indivíduo responde às exigências internas e externas, num equilíbrio contínuo entre adaptação e autenticidade.
Este movimento implica não apenas crescimento, mas também resiliência — a capacidade de manter a coesão e a continuidade do desenvolvimento psíquico perante os desafios e perturbações do meio. Tal como a árvore precisa de raízes firmes e de flexibilidade para resistir ao vento, o ser humano precisa de estrutura interna e plasticidade emocional para evoluir psicologicamente.
A psicoterapia, neste contexto, constitui-se como um espaço facilitador deste processo, auxiliando o sujeito na elaboração simbólica da sua experiência e na integração progressiva dos seus conteúdos inconscientes.

Os casulos
O processo psicoterapêutico pode ser comparado à transformação de uma lagarta em borboleta — um ciclo vital que exige recolhimento, desconstrução e renovação. O casulo, neste contexto, simboliza o espaço protegido e interno onde a mudança profunda pode ocorrer. Tal como a lagarta entra no casulo para iniciar a sua metamorfose, o indivíduo que entra em psicoterapia inicia um processo de transformação interior que, embora invisível à superfície, é essencial para o florescimento de uma nova forma de ser.
Durante o tempo passado no casulo, a lagarta dissolve-se quase por completo. Este estado de aparente desorganização representa, simbolicamente, a fase em que o velho self precisa ser desconstruído para que algo novo possa emergir. Jung referia-se a este tipo de transformação como parte do processo de individuação — o caminho pelo qual o indivíduo se torna aquilo que é, integrando os conteúdos inconscientes à sua consciência de forma simbólica e criativa.
O casulo é, assim, análogo ao setting terapêutico: um espaço contido, delimitado, onde o tempo e a relação são cuidadosamente organizados para permitir a gestação do novo. É ali que o sujeito pode recolher-se da exigência externa do mundo, entrar em contacto com as dores e conflitos, e permitir que algo interno se reorganize. Este é um processo por vezes doloroso, exigente, marcado por ambivalência — tal como a metamorfose, que não é imediata, nem linear.

As raízes
As raízes não são visíveis à superfície, mas são vitais - estabelecem ligações com o inconsciente e com a história pessoal e familiar do indivíduo.
A psicoterapia, neste contexto, desempenha o papel de facilitar o contacto consciente com essas raízes em um espaço seguro de reflexão. Durante o processo é possível aceder a conteúdos, transformá-los e integrá-los na vida consciente, promovendo assim uma maior coesão interna.
Tal como as raízes mantêm a árvore firme perante os ventos e tempestades, a psicoterapia permite ao indivíduo enfrentar os desafios da vida com maior solidez e autenticidade.
A psicoterapia não apenas alivia o sofrimento, mas também aprofunda o autoconhecimento, restaurando a ligação com aquilo que é mais essencial e vital — as raízes do ser.

As borboletas
A borboleta que emerge representa não apenas uma nova identidade, mas um estado de maior liberdade, leveza e autenticidade. Ela não nega a existência da lagarta, mas transcende-a, integrando a sua história no novo corpo e na nova forma de estar no mundo. Este é o objectivo mais profundo da psicoterapia: não apenas aliviar sintomas, mas promover uma renovação, onde o sujeito possa viver de forma mais plena, consciente e integrada.
Tal como a borboleta precisa romper o casulo por si própria para ganhar força nas asas, também o indivíduo precisa participar activamente no seu próprio processo de mudança.
A psicoterapia não "transforma" ninguém — ela oferece as condições, a escuta e os símbolos para que cada pessoa encontre dentro de si o caminho da sua própria metamorfose.
